Aliada aos cuidados com a saúde, a tecnologia tem desempenhado significativo papel na educação médica.
Tecnologia para novos tempos. Hoje em dia, faz parte da nova geração dos estudantes de medicina acessar a internet enquanto o professor está explicando, com o objetivo de obter informações para a dinâmica da aula e da medicina em si, por exemplo. O fato é observado em função dos avanços tecnológicos, que resultam em uma mudança na forma como o estudante escolhe adquirir seus conhecimentos.
Os livros didáticos, método de estudo tradicional, têm aos poucos ganhado companhia dos livros eletrônicos e dos dispositivos em smartphones, estes para muitos tidos como ferramentas educacionais adicionais na formação médica.
Chamados de apps, os aplicativos de celulares representam um papel importante na assistência médica, cuidados com a saúde e também na formação de profissionais de medicina em todo o globo.
De acordo com a empresa de consultoria Research2guidiance, em 2011 o mercado americano movimentou cerca de 718 milhões de dólares nessas aplicações médicas. As lojas de aplicativos móveis da Apple e Google lideram o mercado, respondendo por cerca de 80% do total de software para dispositivos baixados por usuários e disponibilizando mais de 500 mil aplicativos para diferentes especialidades médicas e usos.
“É importante entender os objetivos, a qualidade científica agregada durante a construção desses aplicativos, os requisitos de segurança. Mas, em um mundo de smartphoness e tabletss, em que as pessoas passam cada vez mais tempo conectadas à internet, penso que são bastante atrativos. Trata-se de mercado em franca expansão”, opina o coordenador do Departamento de Teledermatologia, Maurício Paixão (SP).
Segundo o estudo “Medical Students Use of and Attitudes Towards Medical Applications”, publicado na edição de dezembro do Journal of Mobile Technology in Medicine, o aplicativo mais utilizado pelos 594 estudantes de medicina da Universidade de Monash (Melbourne, na Austrália), em 2011, é o Medscape, uma enciclopédia em inglês com vários tópicos relacionados à medicina. O dispositivo é bastante completo para profissionais de saúde e contém recursos como referências a drogas, calculadoras médicas, entre outros.
Semelhante ao Medscape, o Epocrates possui referências a drogas e identificador de pílulas, e foi o segundo mais utilizado, seguido do Eponyms, que conta com a descrição de 1.700 termos médicos em inglês.
É de vital importância, no entanto, que os estudantes que têm acesso às novas tecnologias saibam usá-las corretamente antes de implementá-las no currículo médico. Embora para a sociedade sejam muitos os benefícios de aplicações médicas, elas também geram preocupações no sentido de não pôr em risco a assistência do paciente ou comprometer a saúde pública e a segurança.
“Vemos que os jovens têm tido facilidade para o uso da tecnologia, quer pela maior exposição, quer pela maior curiosidade e tolerância necessária ao processo de aprendizagem. É importante que a SBD forneça aos dermatologistas apoio para o uso dessa tecnologia. Com relação aos aplicativos médicos é importante conhecê-los, incluindo sua procedência.
Há que ser cauteloso com respeito a tudo que for relacionado ao ato médico, desde o uso de direito de imagem até informações que constituem o sigilo médico”, conclui Paixão.
Fonte: Jornal da SBD O Ano 17 n.2