A busca por novas técnicas de alisamento de cabelos é constante.  Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a utilização do formol nestas técnicas em 2009, surgiram diversas novas escovas e com diferentes nomenclaturas.  A novidade que vem sendo divulgada é a escova de aminoácidos, que promete não agredir os fios e pode ser usada até por grávidas e crianças. No entanto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que o aminoácido, por si só, não promove o alisamento, o que provavelmente ocorrerá com a associação de uma outra substância ou a conversão dessa em formol, quando o cabelo é submetido ao calor.

O dermatologista, José Rogério Regis, coordenador do Departamento de Unhas e Cabelos da SBD, explica que, para que o efeito de alisamento permanente ocorra, é preciso que exista na formulação a adição de outros ativos alisantes, como o ácido glioxílico, muito utilizado em produtos cosméticos com a função de ajuste do PH capilar.

“Com a proibição do uso do formol, muitas marcas introduziram na composição de seus produtos de alisamento o ácido glioxílico. O problema é que quando submetido às altas temperaturas, o ácido passa por uma reação química que acaba liberando formol, implicando em  risco à saúde do consumidor e do profissional do salão de beleza”, explica José Rogério.

Segundo publicação da Anvisa em abril de 2014, não existem dados de segurança suficientes que assegurem a utilização do ácido glioxílico em produtos com ação alisante e ou submetidos a tratamentos térmicos. Dessa forma, produtos para procedimentos de alisamento de cabelos tais como, “defrisante”, “botox capilar”, “reestruturação capilar”, “blindagem capilar”,”escova progressiva” e outros cujo uso esteja associado ao uso de chapinha estão todos irregulares no mercado.

“A SBD é contrária a este tipo de procedimento. Reforçamos que não há nenhum produto para alisamento realmente seguro e 100% isento de riscos e muito menos existem produtos que possam ser usados por gestantes ou crianças para tal finalidade. Os riscos vão desde casos de intoxicação, desenvolvimento de alergias, queimaduras, fratura e quebra de fios, até quedas graves e irreversíveis dos cabelos”, alerta o dermatologista.

Antes de fazer qualquer tratamento capilar, é recomendado procurar um dermatologista. Por meio de exames clínicos e laboratoriais, será possível diagnosticar se doenças sistêmicas como problemas na tireóide, anemia e deficiências vitamínicas estão presentes, sendo realizado o tratamento direcionado para cada caso específico.

 

Fonte: sbd.org.br